A História da Palestina: Dos Tempos Romanos à Reconquista Moderna

A História da Palestina: Dos Tempos Romanos à Reconquista Moderna
Exercito Romano chegando a Palestina

Se você já se perguntou sobre a conexão entre a região da Palestina e o Imperador Adriano, prepare-se para mergulhar em uma saga histórica fascinante. Vamos explorar como os eventos durante o reinado de Adriano moldaram não apenas o destino da Palestina, mas também influenciaram a nomenclatura da região ao longo dos séculos.

O Reinado de Adriano e as Muralhas na Britânia

Na época do Imperador Adriano, conhecido por erguer as imponentes Muralhas na Britânia para conter invasões bárbaras, uma série de eventos estava prestes a transformar a Palestina de maneira inesperada. Embora hoje associemos a Palestina aos tempos de Jesus, essa designação é tecnicamente incorreta. A Palestina só surgiu após o ano 70 d.C., quando Adriano, motivado pela fúria resultante da Terceira Revolta Judaica, buscou apagar a memória do Estado judeu.

A Revolta Judaica e a Criação de Aélia Capitolina

A Terceira Revolta Judaica teve início em 66 d.C. e culminou em 73 d.C. com a destruição de Jerusalém pelos romanos. Após essa derrota, Adriano, em sua tentativa de reprimir o sentimento judaico, decidiu construir uma cidade romana sobre os destroços de Jerusalém, chamando-a de Aélia Capitolina. Essa escolha de nome não foi aleatória; "Aélia" referia-se à família de Adriano, enquanto "Capitolina" remetia ao culto romano da Tríade Capitolina (Júpiter, Juno e Minerva).

Adriano também desencadeou abusos, erguendo estátuas de divindades romanas em violação à lei judaica e importando uma população estrangeira. Isso provocou a ira dos judeus, culminando na Revolta de Barcoba em 132 d.C., liderada por Simon Barcoba.

A Revolta de Barcoba e a Mudança de Nome

A Revolta de Barcoba foi provavelmente desencadeada por abusos romanos na Judeia. Os judeus, indignados, se rebelaram contra a presença estrangeira e a imposição de ritos religiosos não judaicos. A liderança de Quintus Rufus, o governador da Judeia, desempenhou um papel crucial no incitamento da revolta.

Barcoba, liderando a revolta, estabeleceu um estado judeu independente que perdurou por três anos. A revolta chegou a Jerusalém, e Barcoba foi aclamado como o "Príncipe de Israel", dando início à cunhagem de moedas proclamando a libertação de Jerusalém e a redenção de Israel.

O Confronto Final e as Consequências

Adriano, furioso com a audácia judaica, enviou seu melhor general, Sexto Júlio Severo, para sufocar a revolta. Uma força romana maciça invadiu a Judeia em 134 d.C., composta por seis legiões completas e até seis legiões adicionais. A resistência judaica foi esmagada, resultando na morte de centenas de milhares de judeus e na destruição de fortalezas e aldeias.

Após essa sangrenta vitória em 135 d.C., Adriano, em um ato de retaliação, impôs uma amarga perseguição aos judeus. Além disso, ele renomeou a região, escolhendo o nome "Palestina" como uma tentativa de apagar a memória de Israel. Os judeus sofreram duras penalidades, incluindo a proibição do ensino da Torá e da prática da circuncisão.

O Legado e a Reconquista Moderna

Embora a perseguição tenha sido intensa, sua duração foi limitada. O sucessor de Adriano, o Imperador Antonino Pio, revogou as medidas cruéis. No entanto, os judeus só alcançariam a independência novamente após longos 1.800 anos, em 14 de maio de 1948.

Esta jornada pela história revela como os eventos sob Adriano moldaram não apenas a Palestina, mas também influenciaram a identidade e o nome da região ao longo dos séculos. A saga de resistência judaica e as reviravoltas políticas são elementos fundamentais para entender o contexto atual da Palestina. Este capítulo, muitas vezes esquecido, destaca a resiliência e a persistência de um povo que, ao longo dos milênios, viu sua terra passar por diversas transformações.

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