Perguntas e Respostas

A Popularidade Crescente das Tatuagens: História, Implicações Sociais e Religiosas

Photo by Tigran Hambardzumyan / Unsplash

As tatuagens têm ganhado cada vez mais popularidade nos dias de hoje. É praticamente impossível ir à praia ou dar uma volta pela rua sem encontrar alguém com um desenho marcado no corpo. Para muitos, as tatuagens são apenas uma moda passageira, que logo será substituída por outra febre. No entanto, as tatuagens têm se tornado uma mania mundial, revelando dados interessantes sobre sua influência e alcance.

Nos Estados Unidos, mais de 40 milhões de pessoas são adeptas dessa prática. Na Europa, a crescente demanda por tatuagens levou ao surgimento de uma nova disciplina acadêmica, a Psicologia da Tatuagem, que agora é ensinada nas Universidades de Milão e Roma.

Tatuagem - Implicações Históricas

A prática de marcar o corpo remonta aos tempos mais antigos da humanidade. No livro "O Brasil Tatuado e Outros Mundos", de Toni Marcos, é relatada uma evidência concreta da existência de tatuagens na pré-história. Um corpo congelado, encontrado na Itália em 1991 e datado de 5300 a.C., apresentava tatuagens na região lombar, no joelho esquerdo e no tornozelo direito. As tatuagens também deixaram vestígios no antigo Egito e na Mongólia, datando de 400 a.C., assim como nas civilizações pré-colombianas e até mesmo nos registros da Inquisição.

Um dos principais locais em que as tatuagens eram praticadas foi nas ilhas da Polinésia, localizadas no sul do Oceano Pacífico. A tribo dos Maori, por exemplo, utilizava ossos pontiagudos para tatuar todo o corpo, incluindo o rosto. Esse ritual tinha como objetivo transformar meninos em guerreiros e meninas em esposas.

No Brasil, a história não é diferente. Muito antes da chegada dos portugueses, os índios já utilizavam tintas feitas de urucum e jenipapo para marcar a pele. No entanto, foi apenas a partir da década de 70, com a geração hippie e os surfistas do Rio de Janeiro, que a prática se disseminou amplamente, como mencionado na canção "Menino do Rio" de Caetano Veloso.

Tatuagem - Implicações Sociais

Apesar de ser considerada uma moda, a tatuagem é permanente e não pode ser trocada a cada estação, como uma peça de roupa. Atualmente, existem métodos avançados, como o PHOTODERM, que utilizam laser para remover a tinta da pele. No entanto, esse tratamento é demorado, caro e muitas vezes deixa vestígios de pigmentos na pele, como explica o cirurgião Cláudio Roncai.

As pessoas que têm tatuagens geralmente enfrentam discriminação, tanto por parte da família quanto em entrevistas de emprego nas grandes empresas. Lizete Araújo, vice-presidente da CATHO, uma empresa de consultoria em recursos humanos especializada em recolocação de executivos, afirma que as empresas costumam adotar os valores da sociedade, que ainda rejeitam esses adornos.

Desde a década de 1950, os cirurgiões têm buscado amenizar a angústia daqueles que, um dia, desobedeceram a princípios sociais e familiares. Muitos desejam remover suas tatuagens, arrependidos das escolhas passadas. As implicações sociais das tatuagens são muito sérias e podem levar à discriminação tanto por parte da família quanto da sociedade em geral.

Tatuagem - Implicações Religiosas

De acordo com o psicólogo Miguel Perosa, professor da PUC de São Paulo, o desenho escolhido para a tatuagem sempre tem a ver com o indivíduo em questão. Através da tatuagem, a pessoa busca expressar algo sobre si mesma. Por exemplo, o desenho de um dragão pode indicar o desejo de autoafirmação.

Além dos símbolos escolhidos, o local onde a tatuagem é feita também possui um significado importante:

Tatuagens no tronco podem denotar a capacidade de tomar decisões;
Tatuagens nos braços podem indicar uma fase de amadurecimento lento;
Tatuagens nas pernas podem sugerir uma personalidade infantil e pouco reflexiva.

Analisando o uso das tatuagens por tribos e nações antigas, percebemos que elas sempre estiveram ligadas a questões religiosas. Portanto, não se trata apenas de um protesto juvenil, mas também de uma manifestação de crenças e símbolos impressos no corpo.

Com base nas leis levíticas, podemos compreender que:

Golpes e marcas no corpo estavam relacionados a rituais pagãos e práticas envolvendo a memória dos mortos.
As marcas corporais não eram meros enfeites, mas faziam parte da identificação e vinculação da pessoa com crenças em deuses e rituais pagãos.
Essas marcas representavam uma violência contra o corpo físico.

Com base nessas considerações, podemos afirmar que não é recomendável que um cristão marque o seu corpo com figuras ou qualquer tipo de imagem, sob qualquer pretexto. O cristão e o seu corpo são considerados templos do Espírito Santo, como afirma a primeira carta aos Coríntios (6.19-20). É importante glorificar a Deus tanto no corpo quanto no espírito, pois fomos comprados por um preço elevado.

As tatuagens identificam o indivíduo com outros deuses, como mencionado em Apocalipse (14.9-10), alertando sobre as consequências de adorar a besta e receber sua imagem.

Embora o dragão seja uma preferência absoluta entre os jovens, é importante lembrar que, na Bíblia, ele simboliza Satanás (Apocalipse 20.2). O livro sagrado descreve o anjo descendo do céu para prender o dragão, que é identificado como a antiga serpente, o Diabo e Satanás.

Para finalizar, é importante ressaltar três realidades relacionadas àqueles que optam por fazer tatuagens:

Ao enfeitar o corpo, mesmo com algo tão simples como uma rosa, a pessoa estará se vinculando a um possuidor estranho ao Senhor, devido à origem pagã dessa prática milenar.
A impressão de uma imagem no corpo pode marcar a pessoa de várias maneiras:

Socialmente, devido à discriminação e ao preconceito;
Emocionalmente, pois a tatuagem é uma marca permanente;
Espiritualmente, indicando vinculação a uma prática pagã.

Se decidirmos marcar o nosso corpo, que essas marcas sejam símbolos de devoção ao Senhor Jesus, assim como mencionado em Gálatas 6.17: "Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus".