Censura: A Complexidade de Combater a Supressão de Ideias
Nos dias de hoje, a censura é um tema muito debatido. Desde a polêmica sobre a remoção de obras literárias, como "Maus" vencedora de pulitzer, e outros livros que retratam o nazismo dos currículos escolares, até o confronto entre Monark e Alexandre de Moraes, e a recente suspensão de Léo Lins por fazer piadas coloca a questão da censura no Brasil em evidência nos dias de hoje.
Embora a maioria das pessoas afirme ser contra a censura, suas ações frequentemente sugerem que, na verdade, são contra "serem censuradas" e não se importam muito quando apenas um dos lados está sendo censurado. Porém a censura é defendida hoje sob a menos distópica roupagem de "combater a desinformação" ou "proteger a sociedade de fake news".
A liberdade de expressão é uma diversão inofensiva até que alguém comece a expressar ideias discordantes ou contrastantes. Como Henry Ford famosamente disse: "Qualquer cliente pode ter um carro pintado da cor que quiser, desde que seja preto." Na cultura atual, qualquer um pode ter liberdade de expressão, desde que use essa liberdade para concordar com narrativas culturais prescritas e aprovadas.

A Igreja Contra a Censura
Os cristãos frequentemente expressam indignação por serem vítimas da censura, e com razão. Basta olhar para as repetidas tentativas de censurar livros, artigos ou postagens de mídia social que apoiam uma visão tradicional e bíblica da sexualidade. Satanás deseja nada mais do que censurar a verdade e amplificar a mentira, colocando assim a Igreja diretamente na mira.
No entanto, os cristãos não são imunes ao poder sedutor da censura. Coerção, pressão corporativa, boicotes e pedidos de censura sempre fizeram parte do repertório da Igreja ao longo dos anos. Ao combater a influência secular de Hollywood, a resposta padrão da Igreja muitas vezes foi de subtração em vez de adição, mais rápida em tentar retirar filmes discordantes dos cinemas do que criar filmes alternativos para exibir. As igrejas podem receber aplausos ao denunciar os males do entretenimento secular, mesmo enquanto uma legião de artistas criativos fica negligenciada nos bancos da igreja, esperando a chegada do programa de Natal para que seus talentos dados por Deus sejam solicitados.
A igreja do Novo Testamento demonstrou uma clara resistência a essa mentalidade de censura. Superficialmente, as frequentes condenações de falsos mestres e profetas parecem validar a necessidade de censura, mas o contexto é importante. Os autores bíblicos parecem em grande parte desinteressados nos ensinamentos de falsos profetas no espaço público. Em vez disso, eles se concentram diretamente e repetidamente nos falsos profetas que infiltram a igreja. Assim como Jesus virando mesas no templo, o foco não é regular o discurso e as ações do mundo incrédulo, mas preservar a pureza da verdade na Igreja, para que os fiéis possam levar essa verdade a um mundo confuso e desviado por mentiras. Quando se tratava do mundo exterior, a solução bíblica para filosofias mundanas não era silenciar as falsidades, mas proclamar a verdade com coragem e sem compromisso.
Luz em Meio às Trevas
Os cristãos são chamados a serem a luz em um mundo de trevas (Mateus 5:14-16). A escuridão não vence a luz; a escuridão é a ausência de luz. Remover a escuridão não revela mais luz; iluminar mais luz dispersa a escuridão.
A Igreja não pode censurar a escuridão do mundo. Jesus declarou: "Se permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8:31-32). A solução para o ensino falso é permanecer e proclamar a verdade.
Os primeiros cristãos tinham a convicção inabalável de que a verdade do Evangelho era melhor do que qualquer mentira encontrada no mundo. Eles não precisavam sair corrigindo cada profeta pagão ou ideologia secular; eles só precisavam elevar suas vozes e proclamar corajosamente a verdade. Se todas as opiniões seculares precisam ser censuradas e silenciadas para que a Igreja ganhe uma audiência, talvez a Igreja deva examinar por que sua mensagem aparentemente perdeu seu poder e apelo.
O diálogo aberto e a liberdade de expressar ideologias e cosmovisões concorrentes beneficiam a Igreja, pois qualquer falsidade é exposta como vazia quando comparada com a verdade que pode libertar as pessoas. Claro, existem nuances. Opiniões compartilhadas em um podcast ou contidas em um livro disponível em uma biblioteca escolar, por exemplo, são categoricamente diferentes das ideologias ensinadas em um currículo de escola primária. O primeiro representa contribuições, boas ou ruins, para o diálogo público, onde as ideias podem ser discutidas e julgadas. Uma sala de aula escolar, no entanto, não é um diálogo público.
Conclusão: Liberdade de Expressão e Ideias
Lutar contra a censura não significa que "tudo é permitido". Os cristãos não devem ser apáticos em relação às ideologias promovidas pela sociedade secular, especialmente quando se trata de crianças. Mas os cristãos devem se concentrar em espalhar a luz em vez de se preocupar excessivamente com as trevas. A postura padrão deve ser a liberdade de expressão e ideias.
Destruição é mais fácil do que criação. Ficar indignado com ideias ruins é mais fácil do que contribuir cuidadosamente com boas ideias para contrapô-las. Quanto mais uma ideia é banida ou suprimida, mais atraente ela se torna e mais rapidamente se espalha. A Igreja não pode passar cada dia arrancando cada nova erva daninha. Em vez disso, a Igreja deve cultivar o solo com sementes da verdade, para que a verdade se enraíze e floresça. Os cristãos não podem censurar um mundo espiritualmente morto para a vida eterna, mas podem continuar a proclamar a verdade que liberta as pessoas.
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