Criação de Fetos Humanos Sintéticos em Laboratório Desafia Ética e Lei

Cientistas desenvolvem fetos humanos sintéticos a partir de células-tronco, avanço que pode proporcionar insights sobre distúrbios genéticos e abortos espontâneos, mas levanta questões éticas e legais.

Criação de Fetos Humanos Sintéticos em Laboratório Desafia Ética e Lei
Photo by National Cancer Institute / Unsplash

Cientistas desenvolveram fetos humanos sintéticos usando células-tronco em uma descoberta revolucionária que elimina a necessidade de óvulo ou espermatozoide. Esses fetos, que se assemelham aos estágios iniciais do desenvolvimento humano, podem fornecer conhecimento valioso sobre os efeitos de desordens genéticas e causas biológicas de abortos espontâneos recorrentes.

No entanto, a existência desses fetos levanta importantes questões éticas e legais, visto que a maioria dos países não possui legislação que regule entidades cultivadas em laboratório. Vale salientar que esses fetos não possuem um coração batendo ou o começo de um cérebro, mas contêm as células que normalmente dariam origem à placenta e ao bebê.

Conforme relatado pelo The Jerusalem Post, a equipe de Zernicka-Goetz já havia demonstrado que é possível estimular células-tronco de camundongos a se agruparem em modelos de fetos com sistemas intestinais, início de cérebros e corações batendo. Desde então, muitas equipes têm trabalhado para traduzir esses resultados em modelos humanos, reproduzindo com sucesso os estágios iniciais do desenvolvimento.

As estruturas desses modelos, originadas a partir de uma única célula-tronco fetal, atingiram a fase de desenvolvimento chamada gastrulação, quando o embrião se transforma de uma folha contínua de células para a formação de fileiras de células separadas e estabelecimento dos eixos básicos do corpo.

Nessa etapa, os fetos não possuem coração batendo, intestinos ou início de um cérebro, mas os modelos indicam a presença de células primárias, que são as células precursoras do óvulo e do espermatozoide. Zernicka-Goetz salienta que este é o primeiro modelo de feto humano que especifica fluidos amnióticos e células germinativas, células precursoras do óvulo e do espermatozoide.

O Prof. Benjamin Dekel, diretor do Centro Sagol de Medicina Regenerativa da Universidade de Tel Aviv, esclarece que eles utilizaram células-tronco fetais sem identidade, que podem ser direcionadas para qualquer direção, permitindo o cultivo teórico de qualquer órgão.

Segundo Dekel, o principal desafio é entender o quanto esses tecidos criados em laboratório se assemelham a um feto real. Ele enfatiza a dificuldade de replicar a natureza, questionando se o que foi criado é um feto real ou simplesmente células organizadas de maneira semelhante a um feto. Essa dúvida levanta importantes questões éticas.

Fonte: https://www.gospelprime.com.br/cientistas-criam-feto-humano-sem-ovulo-ou-esperma/

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