Explorando os Segredos da Bíblia: Revelações e Polêmicas sobre os Elohim

Explorando os Segredos da Bíblia: Revelações e Polêmicas sobre os Elohim

Você já parou para pensar se tudo o que sabemos sobre a Bíblia é realmente verdade? E se a Bíblia não falasse exatamente sobre Deus, ou pelo menos, não sobre um único Deus? E se o que nos foi ensinado sobre anjos, demônios, céu e inferno fosse apenas uma versão interpretada desses textos sagrados? Segundo dois renomados historiadores e tradutores da Bíblia Hebraica, Mauro Biglino e Paul Wallis, o conteúdo original da Bíblia pode ser bem diferente do que conhecemos como o Velho Testamento da Bíblia Cristã.

A Bíblia Original: Modificada e Reinterpretada?

Biglino e Wallis argumentam que a Bíblia original foi modificada ao longo dos séculos. Segundo eles, ela não fala sobre um único Deus, mas sim sobre vários seres poderosos chamados Elohim. Essa interpretação desafia as crenças tradicionais e sugere que o texto bíblico foi alterado para se alinhar aos dogmas e à teologia da Igreja.

Quem São Mauro Biglino e Paul Wallis?

Paul Wallis é um autor internacionalmente reconhecido e pesquisador de mitologias antigas. Durante sua carreira, Wallis tem se dedicado a estudar as narrativas ancestrais em busca de insights sobre as origens humanas. Como ex-membro da igreja anglicana da Austrália, onde serviu como educador teológico e arquidiácono, ele treinou pastores na interpretação de textos bíblicos. Suas investigações revelaram uma camada esquecida de histórias antigas com implicações profundas para a compreensão humana.

Mauro Biglino é um autor italiano e renomado estudioso do hebraico antigo. Ele trabalhou como tradutor da Bíblia para a Editora San Paolo de Roma, onde se especializou em fornecer traduções literais das palavras hebraicas. Suas descobertas frequentemente entraram em conflito com as expectativas convencionais do mundo católico, levando a uma reavaliação de conceitos previamente aceitos.

Elohim: Um Deus ou Muitos?

A palavra Elohim aparece frequentemente na Bíblia, especialmente no Velho Testamento, e é traduzida como "Deus". No entanto, Biglino e Wallis apontam que Elohim está, na verdade, no plural, sugerindo que os Elohim não eram um único ser divino, mas sim vários indivíduos poderosos. Além disso, eles defendem que esses Elohim não eram seres espirituais, mas seres em carne e osso, com capacidades e poderes significativos.

Na Bíblia Hebraica, o termo Elohim é utilizado em diversas passagens. No Gênesis, por exemplo, a frase "No princípio, criou Deus os céus e a terra" usa o termo Elohim no original hebraico. Esta interpretação, de acordo com os pesquisadores, pode alterar radicalmente a compreensão de quem criou o universo. Eles argumentam que a tradução tradicional, que unifica Elohim em um único Deus, pode ter sido feita para se adequar à teologia monoteísta.

Anomalias na Tradução e o Debate Teológico

A interpretação de Biglino e Wallis levanta questões significativas sobre a autenticidade das traduções bíblicas ao longo dos séculos. Paul Wallis observa que a inserção do nome Yahweh em textos onde originalmente se mencionava apenas Elohim cria uma narrativa centrada em um único Deus. Segundo ele, isso levanta dúvidas sobre certas ações divinas descritas na Bíblia, como o Dilúvio ou a Torre de Babel, que poderiam ser reinterpretadas sob uma nova luz.

Wallis também aponta para a elasticidade do termo Elohim. Ele menciona que, em diferentes contextos, essa palavra pode ser traduzida como "deuses", "anjos", "juízes" ou "senhores". Isso levanta a questão de por que uma palavra usada para descrever Deus também seria usada para descrever outras entidades. Para Wallis, isso sugere que as histórias originais falavam de um panteão de seres poderosos, e não de um único ser supremo.

O Conselho Celestial e a Competição entre os Elohim

Wallis explora a ideia de que Elohim se refere a um grupo de seres poderosos, que poderiam ter presidido suas próprias colônias humanas. Ele cita passagens da Bíblia onde Yahweh, identificado como um dos Elohim, compete com outros Elohim por hegemonia. Isso pode ser visto, por exemplo, nos Dez Mandamentos, onde é ordenado que o povo de Israel não deve adorar outros deuses (Elohim).

A ideia de um conselho celestial, onde vários Elohim se reúnem, é outro ponto de debate. Se Yahweh era apenas um entre muitos Elohim, por que ele seria o único verdadeiro Deus? E como isso se encaixa na narrativa monoteísta que prevalece na tradição judaico-cristã?

Reflexões e Implicações para o Futuro

As teorias de Biglino e Wallis não são as primeiras a desafiar as interpretações tradicionais da Bíblia. Teólogos e filósofos ao longo da história já questionaram a forma como as escrituras foram traduzidas e interpretadas. No entanto, o trabalho desses pesquisadores oferece uma nova perspectiva que pode levar a uma reavaliação do que significa ser divino e como entendemos nossa própria existência.

Se as ideias apresentadas por Mauro Biglino e Paul Wallis forem verdadeiras, isso poderia ter implicações profundas para a fé judaico-cristã. A noção de que a Bíblia fala de muitos seres poderosos, ao invés de um único Deus, desafia as bases do monoteísmo e pode abrir novas discussões sobre a natureza do divino.

Em última análise, o trabalho desses estudiosos nos convida a repensar as histórias que moldaram a nossa cultura e espiritualidade. Se há algo a ser aprendido com essa interpretação alternativa, é que a história da humanidade e do divino é mais complexa e rica do que jamais poderíamos imaginar.

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