O Mistério da Lança do Destino: Uma Relíquia com uma História Amaldiçoada

O Mistério da Lança do Destino: Uma Relíquia com uma História Amaldiçoada
Photo by engin akyurt / Unsplash

A Lança do Destino é uma das relíquias mais intrigantes da história cristã. Originalmente uma simples ferramenta usada por um soldado romano, ela se tornou famosa ao ser cravada no lado de Jesus como prova de sua morte durante a crucificação. No entanto, acredita-se que esse ato tenha conferido à lança um poder sobrenatural, garantindo a vitória nas batalhas para aquele que a possuísse, o que lhe daria o domínio sobre o mundo.

Ao longo dos séculos, essa crença levou muitos líderes famosos a cobiçarem a lança, buscando incessantemente descobrir seu paradeiro. No entanto, a posse deste objeto místico vem com uma grande maldição - quem a perde enfrenta a morte.

Dentro das sagradas páginas dos quatro Evangelhos da Bíblia, é no livro de João que a história da lança é relatada com maior clareza. João nos leva a um momento crítico na crucificação de Jesus, quando os romanos, ansiosos para apressar a morte do Filho de Deus, planejavam quebrar suas pernas. No entanto, aplicar essa medida aos transgressores que compartilhavam o destino de Jesus resultou em algo extraordinário.

Um soldado, percebendo que Jesus já havia exalado seu último suspiro, decidiu certificar-se de maneira incomum. Ele cravou uma lança na cavidade abdominal de Jesus, marcando um momento de profundo significado e simbolismo na narrativa cristã.

Curiosamente, esse trecho bíblico é a única fonte que temos sobre a lança, deixando essa relíquia venerada envolta em mistério e especulação. Atualmente, três lanças são consideradas as originais, cada uma com sua própria história e linhagem intricada.

A Lança Armênia

A primeira, também conhecida como a Lança Sagrada, encontra refúgio nas terras da Armênia. A lenda diz que após a crucificação de Jesus, o apóstolo Tadeu empreendeu uma corajosa jornada para evangelizar as terras da Ásia, levando consigo a Lança Sagrada. No entanto, a presença dessa relíquia causou alarme entre os sacerdotes pagãos locais, que sentiram sua fé ameaçada.

Essa atenção culminou em um destino trágico para o Apóstolo Tadeu, mas não sem converter grande parte dos armênios ao cristianismo. Esse grupo convertido teria ajudado a esconder a Lança Sagrada em uma caverna que, ao longo do tempo, se transformou em um mosteiro. Lá, a relíquia permaneceu oculta por mais de dois séculos, aguardando o momento de ressurgir, até que foi redescoberta por um cristão chamado Gregório, que obteve poderes miraculosos ao empunhá-la.

Ele usou a lança para derrotar deuses pagãos, até mesmo convertendo o rei do país e toda a sua corte ao cristianismo. A lança acabou alojada na principal catedral do estado, onde supostamente permanece até hoje, sendo mostrada ao público a cada sete anos.

A Lança do Vaticano

A segunda lança é conhecida por estar no Vaticano. Segundo a tradição católica, acredita-se que o nome do centurião romano que usou a lança seja Longinus. Ele afirmou que, no momento da perfuração, a água que jorrou do flanco de Jesus não apenas simbolizou seu sacrifício, mas também curou miraculosamente a catarata de Longinus, levando-o a uma conversão imediata.

Esse ato de fé transformou Longinus em um santo venerado pelos católicos. Seis séculos após a crucificação de Jesus, Jerusalém foi conquistada pelos persas e a ponta da lança sofreu uma divisão, fragmentando a relíquia. Uma parte foi levada para Constantinopla (hoje Istambul) e encontrou refúgio na majestosa Igreja de Hagia Sophia, onde permaneceu guardada por oito décadas.

Enquanto isso, a outra metade permaneceu escondida, aguardando sua própria redescoberta. Séculos depois, um rei francês chamado Luís IX decidiu adquirir uma parte da lança, acreditando que sua posse lhe traria honra e prestígio. Seu desejo foi atendido, e a lança encontrou um lar em Paris até desaparecer durante os tumultos da Revolução Francesa.

Simultaneamente, a outra metade permaneceu sob guarda muçulmana em Constantinopla até o século XV, quando as terras turcas foram conquistadas e a relíquia trocou de mãos. Foi apenas em 1492 que um sultão muçulmano fez um gesto surpreendente ao devolver a parte restante da lança ao Papa, que a depositou na Basílica de São Pedro, onde permanece até hoje.

A Lança de Viena e A Lança de Antioquia

A terceira lança é também conhecida como a Lança de Longinus, em homenagem ao soldado que perfurou o lado de Jesus. Atualmente, ela está no Palácio de Hofburg, em Viena, Áustria, e possui uma história bem documentada.

Esteve nas mãos de vários monarcas europeus, e acredita-se que Adolf Hitler estava obcecado em obtê-la, acreditando que sua posse garantiria sua vitória na Segunda Guerra Mundial.

A quarta lança é conhecida como a Lança de Antioquia e possui uma história misteriosa. Infelizmente acredita-se que tenha sido perdida ou destruída.

Conclusão

A Lança do Destino tem sido o tema de vários livros, filmes e teorias conspiratórias. Alguns acreditam que sua posse está ligada à dominação mundial, enquanto outros acreditam que ela possui um imenso poder espiritual. No entanto, sua verdadeira natureza permanece um mistério, e seu paradeiro é desconhecido.

O fato é que a Lança do Destino continua sendo um objeto fascinante e enigmático que cativou a imaginação das pessoas por séculos. Sua história está envolta em mistério e lenda, deixando-nos questionando sua verdadeira natureza e o poder que ela detém.