Questionar na Fé: Desvendando o Tabu nas Igrejas

Questionar na Fé: Desvendando o Tabu nas Igrejas
Photo by mari lezhava / Unsplash

Em um mundo repleto de desafios e dúvidas, a fé é um refúgio para muitos. No entanto, uma questão persiste: será que a fé deve ser intocável, imune a questionamentos?

Neste artigo, exploraremos a importância de questionar na fé e na igreja. Descobriremos como o discernimento desempenha um papel vital em nossa jornada espiritual, por que devemos abrir espaços para perguntas, e como o ato de questionar pode ser uma ferramenta de proteção para os mais vulneráveis em nossas comunidades religiosas.

Ao final, compreenderemos que a curiosidade e o questionamento são dons divinos que podem fortalecer nossa fé e nossa capacidade de discernir os falsos profetas. Acompanhe-nos nessa exploração espiritual.

Questionar na Fé: Um Tabu nas Igrejas?

Há alguns anos, uma amiga compartilhou uma experiência desconfortável que teve em sua igreja. Ela sentiu que algo dito pelo pastor em um sermão não estava certo, mas não sabia exatamente o porquê. Depois de refletir, ela decidiu compartilhar suas preocupações em um pequeno grupo. Infelizmente, foi recebida com resistência, sendo lembrada de que questionar o pastor era inapropriado. Este incidente levanta questões sobre a cultura de muitas igrejas, onde questionar é desencorajado e até proibido.

A Necessidade de Discernimento na Fé

Embora a confiança seja essencial na vida cristã, Deus nos dotou de discernimento, intuição e sabedoria do Espírito Santo. Versículos sobre obediência não devem ser usados para silenciar comportamento abusivo. Como Boz Tchividjian, fundador da GRAÇA, observou, essa mentalidade de "respeitar e obedecer" à autoridade pode permitir que infratores ocupem posições de liderança, muitas vezes prejudicando crianças e adultos vulneráveis. Portanto, a Bíblia nos alerta sobre falsos profetas e mestres, incentivando-nos a discernir e questionar.

Abrindo Espaços para Perguntas

A frase "crianças devem ser vistas e não ouvidas" pode ter sido uma norma no passado, mas muitos ainda adotam essa mentalidade. Devemos encorajar a curiosidade legítima das crianças e jovens, permitindo-lhes fazer perguntas difíceis sobre fé e vida. Para aqueles que não têm um ambiente seguro para questionar, podem se afastar e se desengajar. Deus nos criou com curiosidade e um desejo de entender o mundo ao nosso redor, e devemos nutrir isso.

Discernimento e Proteção

Incentivar a curiosidade não apenas ajuda no crescimento, mas também no desenvolvimento do discernimento. As crianças aprendem a confiar em seus instintos e podem denunciar abusos ou situações perigosas. Portanto, devemos criar ambientes onde crianças e adolescentes possam expressar suas perguntas e preocupações. Não devemos temer perguntas na igreja ou em nossas casas. Em vez disso, confiemos que nossa fé é forte o suficiente para lidar com as perguntas e que Deus nos guiará e nos dará sabedoria.

Conclusão

Questionar na fé e na igreja é um ato de discernimento e crescimento espiritual. Devemos criar espaços seguros onde as pessoas, incluindo crianças, possam fazer perguntas difíceis e expressar preocupações. Ao fazê-lo, fortalecemos nossa fé, promovemos a segurança nas comunidades religiosas e cumprimos o chamado de Jesus para discernir os falsos profetas. Em última análise, a curiosidade e o questionamento são dons de Deus que nos capacitam a crescer em nosso relacionamento com Ele e a proteger aqueles que são vulneráveis em nossas comunidades. Que possamos abraçar esses dons e buscar a sabedoria divina enquanto navegamos pela jornada da fé. Amém.