Superando o Medo de Falar em Público

Superando o Medo de Falar em Público
Photo by Wan San Yip / Unsplash

Uma afirmação da escritora Eleanor Roosevelt ressoa poderosamente: "Acredito que qualquer um possa superar o medo ao fazer as coisas que teme fazer, desde que as faça repetidamente, acumulando um arquivo de experiências bem-sucedidas."

Falar em público, longe de ser um enigma intransponível, é simplesmente expressar-se enquanto alguém ouve. Ao abrir a boca, você se torna um orador. Embora o medo do palco, do púlpito, ou da tribuna possa inibir muitos, não deve ser desculpa para permanecer na plateia quando deveria estar à frente, falando. Mas por que esse medo persistente?

Recentemente, um estudo no Reino Unido revelou que 47% dos empresários britânicos sentem mais medo de falar em público do que de morrer (18%) (Folha de São Paulo, 13/5/96). O temor de falar em público tem o poder de transformar até mesmo o mais confiante indivíduo em uma alma apreensiva.

Como alguém compartilhou: "É como uma serpente invisível que se enrola em torno do meu cérebro, me paralisando a tal ponto que mal consigo articular palavras." Nesse momento, o pensamento foge, as ideias se dissipam, os argumentos se esgotam. Um vazio súbito se instaura, causando pânico. O que dizer? Como argumentar? Como continuar?

Alguém já afirmou: "O cérebro humano é uma maravilha. Começa a funcionar no momento do nascimento e não para até que precisamos falar em público." Falar em público não se limita ao púlpito ou ao palco do orador. Isso acontece toda vez que se pronuncia uma palavra fora do ambiente familiar. Quando se percebe que falar em público é, em essência, conversar com um público, metade do medo já terá sido superada.

As raízes desse problema muitas vezes remontam a experiências passadas, como a impaciência de adultos em envolver crianças em conversas "inadequadas" ou a rejeição de crianças em círculos de adultos, onde a seriedade é esperada. Quando adultos rejeitam crianças admiradoras, podem gerar decepções e até traumas duradouros. Comentários ácidos, ridicularizações, deboches e subvalorização do que foi dito também podem ser responsáveis por esse mal. Embora essas marcas possam ser reais no presente, suas origens muitas vezes estão no passado. Superar esses traumas é essencial para se tornar um orador confiante.

Várias causas para o medo de falar em público merecem uma análise cuidadosa:

1. Desconhecimento do Potencial

Quando um orador não compreende plenamente as ferramentas à sua disposição para falar em público, o fracasso é uma possibilidade. O potencial está intrinsecamente relacionado à aquisição de informações. A leitura, em geral, é o combustível da memória. Informações limitadas resultam de leitura limitada. O que é lido é descartável, não prendendo a atenção do público. No entanto, o potencial também diz respeito à voz, ritmo e ênfase durante a apresentação. Expressar ideias de maneira clara, segura e cativante deixa uma impressão duradoura.

2. Falta de Conhecimento sobre o Controle

Alguns oradores podem iniciar bem, mas têm dificuldade em concluir a apresentação devido à falta de controle sobre o desenvolvimento do tema. Uma apresentação não roteirizada pode levar a confusões e distrações. Além do controle sobre o medo, tensão e ansiedade, também há a questão de controlar a plateia. O contato visual é uma ferramenta vital para manter o público envolvido. Desviar o olhar para janelas, portas ou o papel em mãos enfraquece a conexão com a audiência.

3. Falta de Antecipação de Reações Prováveis

Tanto o orador quanto a plateia podem provocar reações inesperadas durante a apresentação. Prever essas situações é crucial. Antecipar o ambiente, o tamanho e a composição da audiência, o motivo do evento, o tempo disponível e os recursos audiovisuais é essencial para enfrentar reações de forma eficaz.

4. Carência de Informações

A informação é vital para um orador. Construir e desenvolver ideias exige conhecimento substancial. Além do conhecimento pessoal, informações sobre o ambiente são cruciais. Antes de falar em público, é fundamental obter informações sobre a audiência, tamanho, composição, motivo, tempo e recursos. Com esses dados, o orador pode preparar-se adequadamente, minimizando surpresas indesejadas.

A Importância da Postura Corporal Adequada

Você já percebeu que todos os cantores adotam diferentes posturas ao se apresentarem? A postura, muitas vezes subestimada, é uma parte vital da apresentação. Enquanto algumas pessoas priorizam relaxamento absoluto, outras reconhecem a influência da postura. Afinal, como nos posicionamos para cantar ou falar é significativo.

Adotar uma postura adequada deve ser praticado até que se torne um hábito natural. Ela deve ser tão confortável quanto um sapato bem ajustado ou uma roupa favorita. Manter a mesma postura durante a prática e a apresentação pública é essencial para manter a confiança. A atitude mental do apresentador, combinada com a postura, desempenha um papel crucial.

Algumas razões para adotar uma boa postura incluem:

  1. Menos Fadiga: Uma postura adequada é menos cansativa do que uma má postura, pois permite que ossos e músculos trabalhem de forma mais eficiente.
  2. Melhor Respiração: Uma postura adequada facilita a função respiratória, permitindo uma respiração mais completa e eficiente.
  3. Impressão Favorável: A postura influencia a impressão que você passa ao público, refletindo vitalidade e confiança.
  4. Qualidade Vocal: Uma postura adequada beneficia a mecânica vocal, contribuindo para uma melhor produção de som.
  5. Bem-Estar Geral: Uma boa postura melhora o bem-estar físico e psicológico, aumentando a confiança.

Adotar uma postura adequada traz benefícios imediatos para todo o corpo. O compromisso em melhorar a postura é uma decisão que vale a pena.